Psicologia Política Crítica: Insurgências na América Latina
Este livro é o ponto de partida de debates sobre a constituição da Psicologia Política Crítica como uma vertente latinoamericana com larga tradição de estudos, entretanto pouco visibilizada e, de certa forma, marginal e outsider na universidade.
Impulsionada pelas lutas libertárias contra oligarquias arcaicas, ditaduras opressoras, contradições sociais e o projeto neoliberal, a Psicologia Política latinoamericana modificou-se e singularizou-se. Diferentemente do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, ela desenvolveu um aspecto peculiar: abandonou o discurso de uma suposta neutralidade e assumiu claramente um posicionamento político direcionado à autonomia e à transformação social.
Apresentação
Psicologia Política Crítica: insurgências em tempos de crise
Domenico Uhng Hur e Fernando Lacerda Júnior
Capítulo 1
Crise e Insurgência, Controle da Subversão e Subversão do Controle: o papel da Psicologia Política
Elio Rodolfo Parisí
Capítulo 2
Para uma Redefinição Marxista da Psicologia Política
David Pavón-Cuéllar
Capítulo 3
Insurgência, Psicologia Política e Emancipação Humana
Fernando Lacerda Júnior
Capítulo 4
Ontologia Negativa e o Político: contribuições para a Psicologia Política
Frederico Viana Machado e Frederico Alves Costa
Capítulo 5
Cidadania e Ação Política: as marchas pela dignidade
Xiana Vilas, Cristina Gómez-Román e José Manuel Sabucedo
Capítulo 6
A Psicologia (Crítica) Permanentemente na Encruzilhada: servos do poder ou ferramentas para a emancipação?
Athanasios Marvakis
Capítulo 7
Agenciamentos Psicopolíticos: estratopolítica, tecnopolítica e nomadopolítica
Domenico Uhng Hur
Capítulo 8
Micropolíticas Revolucionárias e Insurgências Macropolíticas: devir imanência/ser dialética
Gregório Esteban Kazi
Capítulo 9
Psicologia Política Latino-Americana: reflexões sobre seu lugar e desafios
Hugo Adrián Morales
Este livro é o ponto de partida de debates sobre a constituição da Psicologia Política Crítica como uma vertente latinoamericana com larga tradição de estudos, entretanto pouco visibilizada e, de certa forma, marginal e outsider na universidade.
Impulsionada pelas lutas libertárias contra oligarquias arcaicas, ditaduras opressoras, contradições sociais e o projeto neoliberal, a Psicologia Política latinoamericana modificou-se e singularizou-se. Diferentemente do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, ela desenvolveu um aspecto peculiar: abandonou o discurso de uma suposta neutralidade e assumiu claramente um posicionamento político direcionado à autonomia e à transformação social.
Não se trata, portanto, de uma Psicologia Política despolitizada, ao contrário, há, nela, um enfoque crítico, político e que não tem compromissos com o Estado e as classes dominantes, mas com setores da sociedade que, organizados em diversos movimentos sociais, lutam contra o regime de exploração e opressões históricas. Portanto, a Psicologia Política latinoamericana tem como grito de guerra o “Ya Basta” zapatista.
Tal verve insurgente e insubordinada fez que surgisse um campo inédito que denominamos Psicologia Política Crítica. É a materialização acadêmica de um conjunto de saberes de grupos sociais contra o Estado, no qual as teorias são as ferramentas conceituais de combate e produção de alternativas diante do que está instituído. Afirma explicitamente seu potencial crítico e militante, seguindo o projeto ético-político da transformação nos âmbitos psíquico e/ ou social. É fruto de um desassossego, de uma inquietude com o presente, e aposta no método da insurgência como dispositivo de expressão, potencialização e mutação.
Os autores desta obra, de diferentes países, convidam os leitores a fazerem parte deste projeto ético-político de transformação e, com isso, quem sabe, possam modificar a própria Psicologia, com práticas alicerçadas na construção de outros mundos e subjetivações possíveis.
Editora | Alínea |
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ISBN | 978-85-7516-766-3 |
Edição | 1 |
Ano | 2016 |
Páginas | 148 |
Formato | 16 x 23 cm |
Idioma | Português |
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